Avanços e oportunidades do setor de Biogás são destaque em Bento Gonçalves - RS

autor: Fábio Soares
publicado em 19/04/2025 16:55 e atualizado em 19/04/2025 22:53
aproximadamente 22min35s de leitura
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Dr. Fábio Soares relata os destaques do 7º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano, realizado em Bento Gonçalves/RS. Evento reuniu especialistas, empresas e governo em painéis, networking e exposição de tecnologias que impulsionam o setor no Brasil.
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Foto: arquivo pessoal Dr. Fábio Soares
Colunista
Horizontes do Biogás, por Fábio Soares

Participação no 7º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano

Avanços e oportunidades do setor em evento de sucesso em Bento Gonçalves / RS.

Por Fábio Soares - Colunista do Portal Energia e Biogás

Minhas impressões sobre o 7º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano – Entre os dias 8 e 10 de abril de 2025, tive a honra de representar o Portal Energia & Biogás no 7º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano, realizado em Bento Gonçalves-RS. A cidade, já conhecida por sua hospitalidade e tradição vitivinícola, foi palco de um dos eventos mais relevantes da cadeia produtiva do setor no Brasil.

Com uma programação intensa e riquíssima em conteúdo, o Fórum mais uma vez se consolidou como um espaço estratégico de discussão qualificada, integração entre os diversos elos do setor e fomento de negócios e parcerias em torno das energias renováveis.

 

Painéis relevantes e palestrantes de destaque

Participei de diversos painéis técnicos e estratégicos de altíssimo nível, que trouxeram à tona temas fundamentais para o futuro do biogás e do biometano no país. Discutimos marcos regulatórios, inovações tecnológicas, viabilidade econômica de projetos, políticas públicas e, claro, o papel crucial do biometano na descarbonização da matriz energética brasileira.

Foi inspirador acompanhar palestrantes nacionais e internacionais compartilhando suas experiências, visões e cases de sucesso. A diversidade de perfis — indústria, academia, setor público e investidores — proporcionou debates multidisciplinares e extremamente ricos. Saí de cada conversa com novas ideias e uma visão ainda mais clara dos caminhos possíveis (e necessários) para o crescimento sustentável do nosso setor.

 

Ambiente fértil para negócios e networking

Outro ponto que merece destaque foi o ambiente de networking qualificado. O Fórum criou um espaço vibrante de troca entre empresas, startups, investidores, pesquisadores e representantes do poder público. A área de exposição também surpreendeu: uma vitrine de soluções, tecnologias e equipamentos para produção e uso do biogás e biometano.

Tive a oportunidade de reencontrar colegas, conhecer novos parceiros e identificar sinergias promissoras para futuros projetos. A atmosfera colaborativa e a abertura ao diálogo mostraram que estamos, de fato, trilhando o caminho certo rumo a uma economia circular e uma transição energética mais robusta.

 

Representando o Portal Energia e Biogás

Minha participação também teve um propósito especial: representar o Portal Energia e Biogás, do qual sou colunista. Como Consultor da ENVIROSERVICES, empresa especializada no segmento, pude contribuir com a cobertura técnica do evento e refletir sobre os principais tópicos abordados em artigos e análises futuras. O Portal tem como missão levar conteúdo qualificado, informação de confiança e serviços estratégicos a todos os atores do setor – e este evento reforçou o quanto isso é necessário.

 

Organização impecável e reconhecimento merecido

Não poderia deixar de registrar o excelente trabalho da organização. A curadoria dos temas, a estrutura oferecida aos participantes e a recepção calorosa de Bento Gonçalves fizeram do Fórum um verdadeiro sucesso. É gratificante ver o setor se reunir em torno de um propósito comum: promover o avanço de soluções limpas, sustentáveis e economicamente viáveis para os desafios energéticos do nosso tempo.

 

Rumo a Foz do Iguaçu em 2026

Já estamos na expectativa para a próxima edição, que acontecerá em Foz do Iguaçu-PR, em abril de 2026. Um novo cenário, mas certamente com o mesmo propósito: fomentar conhecimento, gerar conexões e impulsionar o futuro do biogás e biometano no Brasil e em toda a América do Sul.

 

Reconhecimento aos organizadores e patrocinadores

Parabéns a todos os organizadores, patrocinadores e apoiadores que acreditam na importância desse diálogo técnico e estratégico. Eventos como o Fórum são essenciais para o fortalecimento do setor e para o avanço rumo a uma matriz energética mais limpa, inclusiva e eficiente.

 

⇒ Sintonize no Biogás: ouça episódios de podcast

 

O Essencial do Fórum em 10 Painéis: Uma análise completa dos acontecimentos em Bento Gonçalves, por Fábio Soares

 

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Foto: Painel 1 - Arquivo pessoal Dr. Fábio Soares

 

O Painel 1 do 7º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano abordou “Biogás e Resiliência Climática”, destacando os impactos das enchentes no RS em 2024 e o papel estratégico do biogás na resposta e adaptação a eventos extremos. Alessandro Sanches (Instituto 17) explicou que a resiliência climática vai além da resistência: exige antecipação, adaptação e transformação. O biogás foi apresentado como solução eficaz frente a apagões e estiagens, mantendo sistemas operacionais e produtividade agrícola com o uso de biofertilizantes. Bruno Brasil (MAPA) reforçou a importância do biogás em um cenário global de crises climáticas e comerciais, e citou a COP30 como oportunidade de avanço sustentável. Marjorie Kauffmann (SEMA/RS) destacou o biogás como “alma da sustentabilidade” e a necessidade de ações mais intensas no setor. Roseane Santos (RS Consultoria) projetou investimentos de até R$ 60 bilhões até 2030, defendendo políticas públicas, inclusão de pequenos produtores e tarifas diferenciadas.

 

O Painel 2 discutiu “Recuperação de Nutrientes – Tecnologias e Estratégias”, com foco em tecnologias para valorização do digestato. Fabiane Goldschmidt Antes (Embrapa) destacou processos químicos como precipitação com cálcio, estruvita e uso de membranas como alternativas sustentáveis para recuperar nutrientes, especialmente fósforo, em sistemas sem área agrícola disponível. Jorge de Lucas (Unesp) abordou a codigestão com resíduos como batata-doce, alertando para a importância do marco legal na aplicação agrícola do digestato. Gustavo Brunetto (UFSM) apresentou o potencial dos resíduos da produção animal como fertilizante, frisando benefícios ao solo e riscos ambientais do descarte inadequado. Ele também defendeu tecnologias de secagem, peletização e uso da estruvita como fertilizante de liberação lenta. O painel encerrou com cases da Brasuma e da Vogelsang, que mostraram soluções práticas para o aproveitamento de nutrientes e tecnologias aplicadas.

 

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Foto: Painel 2 e 3 - Arquivo pessoal Dr. Fábio Soares

 

O Painel 3 abordou o tema “Refino do Biogás e Outros Produtos”, com moderação do professor Marcelo Godinho (UCS). Amanda Gondim (RBQAV) iniciou destacando o papel estratégico do biogás na produção de combustíveis sustentáveis para os setores de aviação e transporte marítimo, que exigem alta densidade energética. A pesquisadora frisou a importância de políticas públicas e planejamento energético de longo prazo para viabilizar uma transição energética justa, inclusiva e sustentável, garantindo segurança energética e estabilidade econômica.
Na sequência, Daiana G. Martinez (CIBiogás) enfatizou a consolidação do biogás no Brasil, com cerca de 1,3 mil plantas espalhadas por todos os estados, e o crescimento expressivo do biometano. Ela apresentou o potencial do país para a produção de hidrogênio verde a partir do biogás, destacando que, se direcionado exclusivamente para esse fim, o Brasil poderia suprir até 23% da demanda mundial do elemento.
Encerrando as apresentações, Juliana Bohrer (Óxido de Ferro Rio Acima) discutiu os desafios técnicos do refino, com foco na dessulfurização do biogás. Destacou que a remoção eficiente de contaminantes como H₂S e siloxanos é essencial para a qualidade do biometano, especialmente considerando que 66% da capacidade produtiva nacional vem de aterros sanitários. Juliana também defendeu o desenvolvimento de tecnologias nacionais para reduzir custos operacionais e fortalecer o setor.
O painel encerrou com a apresentação dos cases da AB Energy, por Guilherme Galhardo, e da Scania, por Gustavo Bonini, reforçando as aplicações práticas e industriais do biogás e biometano no Brasil.

 

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Foto: Painel 4 - Arquivo pessoal Dr. Fábio Soares

 

O Painel 4 discutiu “Ativos Ambientais e Certificados Verdes”, com moderação de Celina Almeida (Instituto Totum). Emilene Lourenço (CIBiogás) apresentou o panorama nacional, destacando que certificados como I-REC, GAS-REC, CBIO, Créditos de Carbono e o novo CGOB valorizam os atributos ambientais da produção de biogás e biometano, contribuindo para a transição energética e combate às mudanças climáticas.
O destaque foi o CGOB (Certificado de Garantia de Origem do Biometano), que atestará a rastreabilidade e as características sustentáveis da produção, abrindo novas oportunidades de mercado. A gerente de ESG Tayane Vieira (Urca Energia) afirmou que o CGOB marca uma nova era para o setor. Karina Cubas (Instituto 17) enfatizou a importância de escolher certificados adequados à realidade de cada planta. Renata Isfer (Abiogás) reforçou que o CGOB incentivará o crescimento da cadeia do biometano.
Os certificados oferecem benefícios como aumento da competitividade, geração de receita e atração de novos clientes, promovendo a valorização do biogás como energia limpa.

 

Painel 5 - O quinto painel do fórum tratou do tema “Desempenho de Biodigestores”, com moderação de Franciele Natividade (CIBiogás). Participaram como palestrantes Ricardo Steinmetz (Embrapa Suínos e Aves), Ana Caroline de Lima (CIBiogás) e Flaviane Magrini (UCS).
O painel destacou que o desempenho dos biodigestores é crucial para a viabilidade econômica e sustentável dos projetos. Steinmetz abordou a prevenção de riscos por meio da eficiência do processo, enfatizando a importância do estudo de pré-viabilidade, análise do substrato, potencial energético e escolha da tecnologia. Reforçou que aplicar ciência desde o início garante maior previsibilidade e eficiência.
Ana Caroline tratou do papel dos micro-organismos no processo biológico da digestão anaeróbia, abordando fatores como temperatura, pH, TRH e biodisponibilidade, além de estratégias como pré-tratamentos e suplementações específicas para melhorar o desempenho.
Flaviane aprofundou o tema da microbiologia aplicada, destacando que o equilíbrio e a sinergia da comunidade microbiana são fundamentais para a produção eficiente de biogás. Defendeu o uso de técnicas como a biologia molecular para identificar e otimizar a atuação microbiana.
O painel encerrou com apresentação de cases da PlanET (André Amaral) e Hiamet Biotech (Braulio Kreczmann).

 

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Foto: Painel 5 e 6 - Arquivo pessoal Dr. Fábio Soares

 

Painel 6 - O sexto painel do Fórum Sul Brasileiro tratou da “Integração do Biogás e Biometano com outros Energéticos”, com moderação de Talyta Viana (Abiogás). Participaram Rachel Henriques (EPE), Gabriel Kropsch (Sinergas) e Antônio Rogério Machado Jr. (SCGÁS).
Rachel apresentou o papel da EPE no planejamento energético nacional e destacou o crescimento recente do biogás e a guinada do biometano no Brasil, impulsionada por políticas como o REIDI, RenovaBio e o CGOB (Certificado de Garantia de Origem do Biometano). Ela ressaltou o potencial do biometano na transição energética e sua diversidade de aplicações.
Kropsch discutiu o uso do gás no transporte, observando que o Brasil ainda adota o modelo argentino, focado no transporte leve, enquanto no mundo o destaque é o transporte pesado. Defendeu a ampliação do uso industrial do biometano, dada a baixa cobertura da rede de gás.
Machado Jr. reforçou os benefícios da injeção de biometano na rede canalizada, como a diversificação do mix energético, e apontou desafios como a viabilidade financeira, operação e regulação.O painel encerrou com os cases da UBE Corporation (Luciana Balter) e 3DI Engenharia (Lucio Ricken).

 

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Foto: Painel 7 - Arquivo pessoal Dr. Fábio Soares

 

Painel 7 - O painel “Agenda Global de Biogás”, moderado por Aline Scarpetta (CIBiogás), destacou experiências internacionais e oportunidades para o Brasil. Flavio Ascenco (WBA) apresentou o programa Making Biogas Happen, em fase 2, com foco em acelerar o biogás em países estratégicos como Brasil e Índia. Exemplos da Europa, Índia e México mostraram avanços e metas de descarbonização. Bruno Neves (UNIDO) enfatizou o papel do biogás na inclusão social e economia circular, enquanto Rogério Meneghetti (Itaipu) ressaltou o destaque do Brasil durante o G20. Gustavo Ramos (MCTI) reforçou que a valorização energética dos resíduos deve ser vista como prioridade estratégica. O painel reforçou que o biogás, além de solução energética, é ferramenta para justiça social e ambiental, com potencial para acelerar o desenvolvimento sustentável a partir de modelos adaptados à realidade brasileira.

 

O Painel 8, realizado na manhã de quarta-feira (9), trouxe o tema “Biometano – Estratégias de Distribuição”, com mediação da economista Maria Carolina Gullo (UCS). Participaram como painelistas Thays Falcão (Sulgás), Eudis Furtado (Compagas) e Diego Gagnotto (Ultragaz). A discussão girou em torno dos desafios logísticos e estratégicos para a expansão da distribuição de biometano no Brasil, um país com dimensões continentais e transporte majoritariamente rodoviário.
Thays Falcão apresentou a atuação da Sulgás, que atende mais de 100 mil clientes e entrega 2,1 milhões de m³/dia de gás natural. Destacou o avanço no RS com cinco plantas próximas de fornecer biometano, sendo que a planta de Triunfo já iniciará a entrega em blend com gás natural ainda este ano. Estudo citado por ela revelou que o biometano pode reduzir em até 87% as emissões de GEE comparado ao diesel. A adição de 5% de biometano no GN pode reduzir as emissões em 28%, e com 50% a redução chega a 56%.
Eudis Furtado apresentou o cenário paranaense, com potencial de 700 mil m³/dia de biometano, mas ainda subutilizado. Para superar os gargalos, a Compagas aposta em três estratégias: redes locais de distribuição (como em Londrina), injeção em rede via dutos, e corredores sustentáveis conectando rotas logísticas ao Porto de Paranaguá e a outros estados, com 12 postos já operando e dois a caminho.
Diego Gagnotto destacou os investimentos da Ultragaz no setor, com 70 projetos de GNC e biometano, 60 postos de abastecimento e atendimento a 6 mil indústrias. Enfatizou o potencial descentralizado do biometano como uma oportunidade de ampliar o acesso ao gás fora das redes convencionais. O painel encerrou com cases da Gasprom e Prodeval, reforçando o papel estratégico da distribuição para viabilizar a transição energética.

 

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Foto: Painel 8 e 9 - Arquivo pessoal Dr. Fábio Soares

 

Painel 9 - O nono painel do 7º Fórum Sul Brasileiro abordou o tema “Biogás e Resíduos Sólidos Urbanos”, moderado por Leidiane Mariani, da Amplum Soluções Ambientais. Participaram Tiago Nascimento (Clean Energy BR), Thiago Edwiges (UTFPR) e Gustavo Machado (governo do RS). Leidiane destacou a importância da gestão de resíduos sólidos e a necessidade de soluções de economia circular para resíduos orgânicos.
Tiago Nascimento criticou os aterros sanitários, apontando que, no Brasil, a logística de destinação de resíduos ainda é deficiente, com sistemas de coleta seletiva e reciclagem abaixo dos padrões internacionais. Thiago Edwiges discutiu a produção de biogás via rota seca e a situação crítica dos lixões no Brasil, mencionando a Lei 12.305/2010 e as metas do Plano Nacional de Resíduos Sólidos.
Gustavo Machado falou sobre a biomassa no planejamento energético do Rio Grande do Sul, apresentando dados sobre a matriz energética e o impacto das enchentes de 2024, que comprometeram a vida útil dos aterros sanitários. O painel terminou com a apresentação de cases de Luis Fernando Valente Tomasini (Energisa) e William Bogar (Host Bright).

 

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Foto: Painel 10 - Arquivo pessoal Dr. Fábio Soares

 

Painel 10 - O décimo e último painel do 7º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano discutiu as "Culturas Energéticas", com moderação de Airton Kunz (Embrapa) e participação de Juarez Campolina (Embrapa), Emerson Soares (Energycoop), Pedro Kohler (Biokohler Biodigestores) e Helen Treichel (UFFS). Campolina iniciou a discussão abordando a importância das fontes renováveis na matriz energética e apresentou as culturas energéticas, como o capim-elefante, sorgo, milho e cana-de-açúcar, destacando sua alta produtividade e eficiência para a geração de biogás e biometano. Ele enfatizou que essas culturas representam uma “poupança energética” devido à sua previsibilidade.
Soares, da Energycoop, comentou sobre a segurança do processo de produção de biogás e biometano, ressaltando a importância do substrato para garantir o funcionamento adequado dos biodigestores. Kohler trouxe uma reflexão prática sobre a viabilidade de produção, sugerindo que a ensilagem, combinada com dejetos e lodo, é uma alternativa mais segura.
Helen Treichel, da UFFS, falou sobre o pré-tratamento enzimático e a busca por enzimas autênticas, destacando a dificuldade do custo do processo e a busca por maior autonomia no fornecimento. Kunz encerrou o painel ressaltando a importância de complementar as culturas energéticas com o uso de resíduos, garantindo a segurança do fornecimento e o crescimento contínuo da cadeia de biogás.

 

 

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Resumo Geral do 7º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano (2025)

Como poderíamos resumir de forma objetiva os principais pontos? Para auxiliar nossos leitores, podemos dizer que o 7º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano trouxe discussões essenciais sobre o papel estratégico do biogás e biometano no contexto climático e energético, abordando uma série de temas relevantes para o setor:

  1. Resiliência Climática e Biogás (Painel 1): Destacou o biogás como uma solução eficaz para enfrentar eventos climáticos extremos como enchentes e estiagens, com potencial para manter sistemas operacionais e produtividade agrícola. Especialistas enfatizaram a necessidade de antecipação e adaptação às mudanças climáticas, com investimento de até R$ 60 bilhões até 2030 no setor.
  2. Recuperação de Nutrientes (Painel 2): A valorização do digestato, especialmente através de tecnologias sustentáveis como precipitação com cálcio e estruvita, foi discutida como uma alternativa importante para a recuperação de nutrientes, com foco em fósforo e resíduos agrícolas. A codigestão e tecnologias de secagem também foram destacadas.
  3. Refino do Biogás e Produção de Outros Produtos (Painel 3): O biogás foi apresentado como uma alternativa estratégica para combustíveis sustentáveis em setores como aviação e transporte marítimo. O potencial do Brasil na produção de hidrogênio verde a partir do biogás também foi destacado, além dos desafios do refino, como a remoção de contaminantes.
  4. Ativos Ambientais e Certificados Verdes (Painel 4): O CGOB (Certificado de Garantia de Origem do Biometano) foi destacado como uma nova ferramenta para atestar a rastreabilidade e sustentabilidade da produção de biometano, promovendo a competitividade e atração de novos clientes no mercado.
  5. Desempenho de Biodigestores (Painel 5): A eficiência dos biodigestores foi abordada como crucial para a viabilidade econômica dos projetos, com destaque para a importância do equilíbrio da comunidade microbiana e o uso de biologia molecular para otimizar a produção de biogás.
  6. Integração com Outros Energéticos (Painel 6): A integração do biogás e biometano com outras fontes energéticas, como gás natural, foi discutida, com foco em ampliar sua aplicação no transporte e na rede de gás, além de destacar as políticas públicas que impulsionam o crescimento do setor.
  7. Agenda Global de Biogás (Painel 7): O biogás foi reconhecido como uma ferramenta chave para a descarbonização global e inclusão social, com foco em países estratégicos como Brasil e Índia, e a importância de políticas internacionais para apoiar a transição energética.
  8. Biometano e Estratégias de Distribuição (Painel 8): O painel discutiu os desafios logísticos para a distribuição de biometano no Brasil, com estratégias de redes locais, injeção em rede via dutos e a expansão da infraestrutura de postos de abastecimento.
  9. Biogás e Resíduos Sólidos Urbanos (Painel 9): A gestão de resíduos sólidos urbanos e a conversão de resíduos orgânicos em biogás foram discutidas, com foco em soluções de economia circular e a importância da Lei de Resíduos Sólidos e do Plano Nacional de Resíduos Sólidos.
  10. Culturas Energéticas (Painel 10): O potencial das culturas energéticas, como o capim-elefante, sorgo e milho, para a produção de biogás foi abordado, destacando a eficiência dessas culturas para garantir a segurança no fornecimento e o crescimento contínuo da cadeia de biogás.

O Fórum consolidou o biogás, o biometano e o digestato como pilares fundamentais para a transição energética sustentável e de possibilidades de recuperação de nutrientes, apresentando desafios e oportunidades em várias frentes, como inovação tecnológica, políticas públicas, infraestrutura e integração com outros setores energéticos. Que todos os pontos destacados possam reverberar ainda mais em Foz do Iguaçu-PR, em abril de 2026.

 

 

 

A coluna Horizontes do Biogás aborda questões importantes relacionadas à gestão de resíduos e análises das emissões de GEE para uma transição energética de baixo carbono.

 

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Autor: Fábio Soares

Este artigo não é de autoria do Portal Energia e Biogás. Os créditos e responsabilidades sobre o conteúdo são do autor. O Portal oportuniza espaço para especialistas publicarem artigos e análises relacionados ao mercado de biogás, biometano e digestato. Os textos não refletem necessariamente a opinião do Portal.

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