Bandeira Vermelha em Junho

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publicado em 07/06/2025 11:29 e atualizado em 07/06/2025 11:47
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🚩Em junho de 2025, a bandeira tarifária será vermelha, patamar 1, elevando o custo da energia. Produtores rurais podem reduzir gastos investindo em geração própria com biogás, ganhando autonomia e renda.
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Foto: Bando de imagens CanvaPRO
Brasil
Bandeira Tariária

🚩Bandeira Vermelha em Junho

Entenda o impacto na sua conta de luz e alternativas para produtores rurais

A mudança da bandeira tarifária em junho de 2025

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que a bandeira tarifária para o mês de junho de 2025 será a vermelha, patamar 1. Essa mudança representa um custo adicional para os consumidores de energia elétrica em todo o Brasil. A decisão foi tomada diante de um cenário hidrológico desfavorável, com baixos níveis de reservatórios e a necessidade de acionar usinas termelétricas, que possuem um custo de operação mais elevado.

 

Entenda como é o sistema de bandeiras tarifárias

Criado em 2015 pela Aneel, o sistema de bandeiras tarifárias tem como objetivo sinalizar aos consumidores os custos reais da geração de energia elétrica no país. As bandeiras funcionam como um semáforo, indicando as condições de operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) e o impacto na conta de luz. Existem três modalidades de bandeiras:

  • Bandeira Verde: Condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sofre acréscimos.
  • Bandeira Amarela: Condições de geração menos favoráveis. A tarifa sofre um acréscimo moderado.
  • Bandeira Vermelha: Condições mais custosas de geração de energia. Dividida em dois patamares, a tarifa sofre os maiores acréscimos.

O acionamento de cada bandeira depende de fatores como o nível dos reservatórios das hidrelétricas (1), a quantidade de chuvas (2) e a necessidade de ligar usinas termelétricas (3), que são mais caras e poluentes e possuem um custo maior para despacho da energia elétrica.

Quando a bandeira está verde, significa que há bastante água nos reservatórios e as hidrelétricas, que geram energia mais barata, são suficientes para atender à demanda. Quando o cenário muda e é preciso acionar outras fontes, como as termelétricas, a bandeira muda para amarela ou vermelha, refletindo o aumento nos custos de geração na conta do consumidor.

Em junho de 2025, a Aneel acionou a bandeira vermelha, patamar 1, o que implica um custo extra de R$ 4,463 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Essa decisão reflete a transição do período chuvoso para o seco e as projeções de vazões abaixo da média para os próximos meses, aumentando a necessidade de recorrer a fontes de energia mais caras.

 

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A biometanocultura como solução econômica para o produtor rural

Diante do cenário de custos elevados com a energia elétrica, especialmente com o acionamento da bandeira vermelha, produtores rurais buscam alternativas para reduzir sua dependência da rede de distribuição e minimizar os impactos financeiros. Uma solução viável e sustentável é o investimento em geração própria de energia elétrica a partir de uso do biogás.

O biogás é produzido a partir da decomposição anaeróbia de matéria orgânica, seja com resíduos agropecuários ou culturas energéticas, em biodigestores. Esse processo gera um gás rico em metano que pode ser utilizado como biocombustível para gerar energia elétrica e térmica por meio de grupos geradores. Para o produtor rural, essa tecnologia oferece diversas vantagens:

  • Redução da exposição às bandeiras tarifárias e redução de custos: a geração de energia a partir de biogás permite que o produtor consuma a própria energia gerada, diminuindo ou até eliminando a necessidade de comprar energia da distribuidora, especialmente nos horários de pico ou quando as bandeiras tarifárias estão elevadas.
  • Independência energética: a geração distribuída com biogás confere maior autonomia ao produtor, tornando-o menos vulnerável às variações tarifárias e a possíveis interrupções no fornecimento de energia da rede convencional.
  • Melhora na qualidade da energia: para propriedades rurais localizadas no fim da linha da rede de distribuição, onde a qualidade e a estabilidade da energia podem ser um problema, a geração própria com grupo gerador a biogás pode fornecer energia de melhor qualidade e mais confiável para as operações da propriedade.
  • Gestão de resíduos: o biodigestor, além de produzir biogás, trata os resíduos orgânicos, transformando-os em biofertilizante de alta qualidade, que pode ser utilizado na própria lavoura, reduzindo a necessidade de compra de fertilizantes químicos e contribuindo para a sustentabilidade ambiental.
  • Nova fonte de renda: há alguns modelos de negócios com geração de energia a biogás que podem possibilitar diretamente benefícios econômicos. Outros modelos de negócios pode surgir considerando a produção de biometano, biofertilizante, produção de CO2 verde e até mesmo a prestação de serviços de biodigestão de resíduos orgânicos de terceiros.

Sobre a geração de energia elétrica a partir do biogás, podemos citar a geração distribuída (GD), onde o  excedente de energia elétrica gerada pode ser injetado na rede de distribuição, gerando créditos na conta de luz ou até mesmo receita adicional para o produtor quando o sistema de geração está inserido em modelos de geração compartilhada. Outra possibilidade e geração de energia para atender clientes cliente no mercado livre de energia elétrica.

Para identificar as respectivas oportunidades de cada modelo de negócio, consulte sempre um especialista do setor de energia que irá possibilitar desenvolvimento de análises de viabilidade técnica e econômica, identificando o cenário mais vantajoso para o produtor rural.

Investir em um sistema de biodigestão e grupo gerador a biogás é uma decisão estratégica que não só protege o produtor rural dos custos adicionais impostos pelas bandeiras tarifárias, mas também promove a sustentabilidade, melhora a qualidade da energia disponível na propriedade e agrega valor aos resíduos da atividade rural.

É uma solução que transforma um passivo ambiental em um ativo energético e econômico. O uso eficiente de biodigestores possibilitar ao produtor rural obter diretamente benefícios econômicos a partir da atividade de micro-organismos metanogênicos e produzindo o biocombustível biogás e biometano.

Esta atividade configura-se como uma nova atividade agro econômica para o produtor rural e podemos chama-la de Biometanocultura.

 

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