STIHL firma parceria com a Ultragaz para substituir o gás natural por biometano e acelerar o processo de descarbonização da fábrica brasileira
A empresa, com unidade fabril em São Leopoldo (RS), investe fortemente na busca de uma produção cada vez mais limpa e também para atingir as metas ESG estabelecidas pelo Grupo STIHL a longo prazo.
A STIHL anuncia parceria com a Ultragaz para o fornecimento de biometano – gás de alta qualidade que é também um combustível renovável cuja matéria-prima é o resíduo extraído do lixo orgânico –, com o objetivo de substituir a utilização de gás natural fóssil e, consequentemente, emitir menos gases causadores do efeito estufa. A implementação do projeto representa uma diminuição de 4.080 toneladas de CO2 anualmente.
A parceria com a Ultragaz possibilitará que a fábrica brasileira ultrapasse a meta do Grupo STIHL estipulada em 40% de corte nas emissões de combustíveis fósseis até 2030, com base nas emissões geradas em 2019. Inicialmente, o biometano será utilizado em processos industriais da fábrica em São Leopoldo (RS), com foco na fusão do alumínio, na geração de energia térmica, entre outras atividades. Ainda existe a possibilidade de expansão da iniciativa, como a utilização do biometano para a frota de veículos logísticos. A previsão de início do projeto e do abastecimento do biometano é para o segundo semestre deste ano.
Com essas e outras iniciativas, a empresa busca tratar todos os seus resíduos dentro de conceitos de economia circular, reciclando ou coprocessando de forma a não causar impactos ao meio ambiente.
Transformaremos resíduo em biometano. Estamos desenvolvendo um ciclo que estrutura uma cadeia de valor sustentável, transformando nossos próprios recursos descartáveis em combustível, reduzindo emissões, fortalecendo o nosso compromisso com a economia circular e dando passos largos para o atingimento das metas de sustentabilidade em prol de uma produção, cada vez mais, limpa. Ao mesmo tempo, aumentaremos o combate ao aquecimento global, tirando do ar mais de quatro mil toneladas de CO2 por ano, um dos principais gases que causam o efeito estufa. Esta é uma das ações que permeiam o amplo investimento e trabalho ESG da STIHL Brasil, visando um desenvolvimento sustentável, com inovação e tecnologia, afirma o presidente da STIHL Brasil, Cláudio Guenther.
Por parte da STIHL, haverá investimento para adaptações de instalações e sistemas para recebimento do biometano, além de monitorar o impacto ambiental do projeto. A Ultragaz também realiza investimentos, principalmente na tecnologia para logística, distribuição e fornecimento do biometano, com o objetivo de garantir a entrega do gás de forma segura e sustentável, além de ficar responsável pelo tratamento de todos os recursos e dos devidos processamentos para tratamento até a transformação em combustível renovável. No aterro sanitário, serão instalados sistemas de coleta de biogás, com tubulações para capturar o gás gerado pela decomposição dos resíduos orgânicos, e uma cobertura impermeável para evitar emissões.
O Biometano é um combustível estratégico para diversificar a matriz energética e impulsionar e descarbonizar a indústria nacional. Nesse sentido, a parceria com a STIHL é extremamente importante e demonstra o compromisso das companhias em liderar a transição energética do setor produtivo, explica Erik Trench, diretor de gases renováveis da Ultragaz.
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Como acontece o processo?
Nos aterros sanitários, a estrutura é projetada para o descarte adequado dos resíduos sólidos urbanos, com sistemas que evitam a contaminação do solo e do lençol freático pelo chorume — líquido escuro derivado da decomposição do lixo orgânico. Após o recebimento dos resíduos, a matéria orgânica é disposta em camadas e coberta, criando um ambiente ideal para a ação de bactérias anaeróbias, que iniciam a decomposição e produzem o biogás. Esse gás é uma mistura de metano (CH₄) e gás carbônico (CO₂), formada naturalmente em milhões de anos na natureza, mas gerada em poucas semanas dentro do aterro sanitário. O biogás coletado passa por um processo de purificação, onde são removidas impurezas como CO₂ e H₂S. Isso aumenta a concentração de metano para acima de 90%, transformando-o em biometano, um combustível renovável e mais limpo. Em seguida, o biometano é comprimido e armazenado para ser transportado com segurança. Uma vantagem é que os próprios veículos usados nesse transporte podem ser movidos com biometano, tornando a logística mais sustentável. Sem depender de gasodutos, o biometano pode chegar a diferentes regiões do Brasil, sendo usado em frotas, indústrias, shoppings e hospitais.
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